A Capelinha que virou Paróquia - 1º Capítulo

    UMA PARÓQUIA QUE É GERADA E NASCIDA

    A qualidade da construção da Paróquia depende do material utilizado, que é o paroquiano (Pe. Vieira).

    1. Histórico da criação
    Com o aumento populacional do Jardim Paulista e do Jardim São Dimas, os párocos das respectivas paróquias São Judas Tadeu e São Dimas, hoje a Catedral São Dimas, sentiram a necessidade de criarem uma nova paróquia para melhor evangelizar e atender o povo de Deus. Surgiu então a ideia de desmembrar destas, cumprindo assim o Código de Direito Canônico (CDC).
    Depois de várias reuniões, conversas, o pedido da Diocese de Taubaté, a qual nós pertencíamos, o aval do Exmo. Sr. D. Francisco Borja Amaral e a aprovação da Santa Sé Romana sob o pontificado de Sua Santidade o Papa Paulo VI, hoje São Paulo VI, surge a Paróquia São Sebastião que era uma capelinha na Vila Industrial em São José dos Campos em 21 de Março de 1971.
    D. Francisco nomeou como primeiro pároco da Paróquia recém - criada o Exmo. Sr. Pe. José Edward Padoan, que veio da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso em Monteiro Lobato. Padre Padoan, carinhosamente conhecido como Pe. José, ainda padre novo e muito dinâmico começou com toda força a sua administração.

    1. 1. Ereção canônica da Paróquia

    D. Francisco Borja do Amaral por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica, bispo de Taubaté, assiste do sólio Pontifício.
    Ao que este nosso decreto virem, saudação, paz e benção do Senhor.
    Tendo em vista a maior glória de Deus e a santificação das almas, como também o aumento da população da cidade e desejo dos vigários de São Judas Tadeu e São Dimas havemos por bem, cumpridas as determinações do Direito Canônico desmembrar-se-á das referidas paróquias e erigir uma nova Paróquia com o Título de São Sebastião. A sede será provisoriamente na capela São Sebastião sediada na vila Industrial em São José dos Campos.
    Conforme combinação feita com os sacerdotes responsáveis pelas Paróquias limítrofes assim se delinea a situação da nova Paróquia. Partindo do Rio Cambuí (Paróquia São Judas Tadeu) seguindo pelo Rio Potim (Paróquia São Dimas) por uma linha imaginária até a confluência com o Rio Varadouro e na altura da estrada de rodagem São José dos Campos – Paraibuna contornando a divisa de Jambeiro até a divisa da Paróquia com a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Eugênio de Melo e desta até o Rio Paraíba e seguindo por este até a embocadura do Rio Cambuí na divisa com a Paróquia de Sant ‘Ana do Paraíba.
    Esta área será desmembrada das Paróquias São Judas Tadeu e São Dimas. Pertencerão a esta nova Paróquia na zona Rural os bairros do Serrote e o Cajuru.
    Com este documento e canonicamente instituímos esta nova Paróquia em honra de São Sebastião, cujas solenidades sejam anualmente celebradas com muita piedade e fervor no dia 20 de Janeiro.
    A nova Paróquia fica pertencendo ao decanato de São José e submetemos a jurisdição e ao cuidado espiritual do vigário que será oportunamente nomeado e de todos os que lhe sucederem os habitantes do referido território.
    Assim como o pastor zela com solicitude pelas suas ovelhas, assim estas sejam dóceis e obedientes à voz do Sacerdote e auxiliem em tudo para o maior bem da Paróquia.
    Este decreto será lido em termo oportuno nas igrejas matrizes de São Judas Tadeu, São Dimas e na igreja de São Sebastião sede da nova Paróquia, de que passará certidão em seguida a este decreto.
    Será, outrossim, registrado no livro de tombo das Paroquias supramencionadas.
    Dado e passado nesta cidade episcopal de Taubaté sob o sinal e selo de nossas armas aos 10 de Marco de I9711.

    1.2. Mãos à obra

    Em 1980, nove anos do nascimento da Paróquia São Sebastião no dia 19 de Outubro, foi dado o início à construção da nova igreja, sendo uma matriz muito maior que a primeira, com uma metragem de 360 m2 passando a medir 700 m2.
    Os paroquianos entusiasmados “vestiram a camisa” da nova Paróquia trabalhando com afinco e esmero sentindo parte deste corpo que é a igreja, ajudando como voluntários (cf. Lei 9608/1988) na construção no novo templo de pedra. O templo vivo que somos nós, os paroquianos já vinham com muita eficácia sendo, desde o Batismo2, quando recebemos o Espírito Santo, assumimos ser Igreja, discípulos missionários de Jesus Cristo.
    Mais tarde, em 1984 foi adquirido com muita colaboração dos paroquianos e amigos, uma área de 600 m2, em frente à igreja matriz. Neste terreno foi construído o centro de Catequese com muitas salas boas e equipadas para o ensino catequético para crianças, adolescentes, jovens e adultos.
    Hoje na frente do centro Catequético foi construído o Centro Pastoral Franz de Castro que contém salas enormes, auditório grande, banheiros equipados, estacionamento e palco para festas cozinha ampla e equipada e um palco apresentações musicais, teatrais e para cantar o bingo que os paroquianos tanto gosta. Com Pe. José Bento Vichi de Paula a área citada acima foi aumentada para 1.500 m2.
    Em Outubro de 1987, termina novamente a ampliação da nova igreja matriz; aquela capela pequena torna-se grande. Não só grande no tamanho – espaço físico – mas grande no coração e na espiritualidade. São João Batista dizia: “É bom que Cristo cresça e eu me diminua”. Santo Inácio de Loyola nos Exercícios de Espiritualidade dizia: “Precisamos ter uma cabeça do tamanho do coração de uma galinha e um coração do tamanho de um elefante”. O Catecismo da Igreja Católica diz para nós que o Homem é composto de corpo e espírito. E o espírito é mais importante3. É a função da Igreja e da Paróquia nos ajudar a cuidar do espírito. Portanto a Espiritualidade é trabalhar a natureza, o Homem e a sociedade. É perguntar: o que eu poço te ajudar?

    1.3. Alguns fatos pitorescos

    Em 1988 no dia dez de dezembro eu fui ordenado Sacerdote e o meu lema sacerdotal era: “Anunciar o Evangelho de Deus” (cf. Rm 1,1b). Era costume naquela época, assim como hoje, os padres recém- ordenado presidir a santa missa em algumas Paróquias da nossa Diocese para os padres destas tirarem as suas merecidas férias. Eu num período de dois meses, de 11 de dezembro de 1988 até 25 de fevereiro de 1989, fiquei em cinco Paróquias. Assumi os meus compromissos pastorais como pároco na Paróquia Imaculada Conceição em 05 de Março de 1989 até 1º. de agosto de 1998, quando assumi outra tarefa muito importante na Igreja, sendo reitor do Seminário de Filosofia Santa Teresinha em São José dos Campos.
    Em 1989, Pe. Padoam deixou a Paróquia São Sebastião, ficando dezoito anos como pároco. Ele era muito querido na Paróquia devido a sua dedicação, amizade, espírito jovem e esportista, espiritualidade e grandes conquistas que falaremos nos próximos capítulos. Por ter vinte cinco anos de trabalho sacerdotal ele tirou um ano sabático, fazendo um curso de formação permanente em Roma. Não conseguiu ficar o tempo todo nos estudos. Voltando para o Brasil e a Diocese de São José dos Campos, recebeu a incumbência de trabalhar na Paróquia de Paraibuna.
    Para aumentar o seu conhecimento, Paraibuna pertence à nossa Diocese juntamente com outras cinco cidades, a saber: Monteiro Lobato, São José dos Campos, Jacareí, Igaratá e Santa branca.
    Para substituir o padre Padoan, foi nomeado o padre Jonas Traversim que já passara pela Paróquia como vigário paroquial. Com a saída do pároco anterior e a nomeação do novo pároco que aconteceu no final do ano, eu no começo do meu ministério fiquei um mês na Paróquia São Sebastião. Neste período que fiquei nesta querida e importante Paróquia para a Diocese, nesta curta passagem, por aqui, um jovem trabalhador da General Motors, participante ativo da RCC (Renovação Carismática Católica), Antônio Silva França, me procurou para uma orientação espiritual sobre vocação presbiteral, Por ser uma conversa rápida sem aprofundamento eu com pouca experiência disse para ele que talvez não tivesse esta vocação. Vocação é um chamado para o amor; dom de Deus e o mais importante ela não objetiva e sim objetiva. Somente eu e Deus podemos saber se temos o não vocação. O Homem pode somente dizer que a pessoa não tem os critérios necessários.
    Ele foi para o seminário e ficou uns bons anos lá e hoje é um bom sacerdote da nossa Diocese, um grande companheiro e amigo nas “horas certas e incertas”. E hoje eu posso dizer que ele é um “Sacerdote segundo o coração de Cristo”4.
    Olha como é a vida, depois de vinte e nove anos passados por aqui eu seria pároco da Paróquia São Sebastião. Antes com apenas trinta e um anos e agora com sessenta anos de vida.
    No dia vinte e cinco de janeiro de 1983, Pe. Jonas Traversin, recém - ordenado (10/12/1982) é o primeiro vigário da Paróquia São Sebastião. Sua estada nesta Paróquia durou pouco. A pedido dele foi transferido para a paróquia São Benedito no bairro do Alto da Ponte, hoje pertencente à Região Pastoral de Santana, também como vigário coadjutor, termo que usava naquela época, sendo hoje o nome de vigário paroquial.


    1. Livro de Tombo da Paróquia São Sebastião, no. 01.
    2. Mt 28,16-20
    3. Catecismo da Igreja Católica, 185- 425 e 2.289.
    4. Pinto, Pe. José Vieira – Meditações, frases para a vida, 3ª. Edição, Editora ComDeus, 2017 p. 42.

     

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